Tributos Sobre Exportações Voltam na Argentina e Podem Favorecer o Agro Brasileiro

O governo argentino decidiu restabelecer os impostos sobre exportações de soja, milho, trigo e carnes, medida que pode trazer efeitos diretos para o agronegócio brasileiro. A isenção durou apenas dois dias e foi suspensa após exportadores argentinos anteciparem grandes volumes de embarques, alcançando rapidamente o limite de US$ 7 bilhões em vendas.

Como ficam as alíquotas na Argentina

• Soja: volta a ser taxada em 26%.

• Milho e trigo: retornam à cobrança de 9,5%.
  Esses tributos aumentam o custo dos produtos argentinos no mercado externo, abrindo espaço para concorrentes, como o Brasil, oferecerem grãos e proteínas com maior competitividade, especialmente em mercados estratégicos como a China.

Impactos práticos para o produtor brasileiro

1. Mais espaço no mercado internacional: com os grãos argentinos mais caros, o Brasil pode ampliar suas vendas de soja e milho.

2. Benefícios para as carnes: frigoríficos brasileiros podem ganhar competitividade frente à proteína argentina, que enfrentará barreiras adicionais de preço.

3. Oscilações de preços: a corrida dos exportadores argentinos durante os dias sem imposto colocou grandes volumes de grãos no mercado, o que pode pressionar as cotações no curto prazo.

Reflexos internos na Argentina

Produtores e entidades rurais do país vizinho criticaram a medida, afirmando que apenas grandes exportadores aproveitaram o curto período de isenção. Pequenos e médios agricultores não conseguiram se beneficiar, aumentando a insatisfação com a política, vista como uma forma de arrecadar dólares rapidamente, sem estímulo real à produção.

O que observar no Brasil

Para agricultores e pecuaristas brasileiros, o cenário pode ser positivo, mas exige cautela:

• acompanhar a volatilidade dos preços nos contratos futuros,

• avaliar o impacto dos prêmios de exportação,

• e aproveitar oportunidades comerciais que surgirem no mercado externo.

Em resumo, a volta da tributação na Argentina fortalece momentaneamente a posição do agro brasileiro, mas os desdobramentos sobre preços internos ainda precisam ser acompanhados de perto.