Setembro de 2025: calor, ar seco e início gradual das chuvas impactam a agricultura e pecuária no Brasil

Com a chegada da primavera marcada para 22 de setembro, às 15h19 (horário de Brasília), o clima brasileiro em setembro de 2025 continuará predominado pelo calor e ar seco na maior parte do país. Essas condições podem afetar diretamente a agricultura e a pecuária, exigindo atenção especial de produtores rurais quanto à irrigação, manejo de pastagens e cuidados com animais.

Principais características do mês

Calor intenso e ar seco: Regiões do Centro-Oeste, Tocantins e interior do Nordeste podem registrar temperaturas acima de 40°C, com umidade relativa do ar caindo abaixo de 20%. Para o campo, isso significa risco maior de estresse térmico em animais e aumento da evaporação do solo, exigindo irrigação eficiente.

Chuvas irregulares: As pancadas de chuva de fim de tarde surgem devido ao calor e aumento da umidade, mas acontecem de forma esparsa, atingindo pequenas áreas. Embora não dependam da passagem de frentes frias, podem causar alagamentos localizados e afetar lavouras sensíveis.

Complexos convectivos de mesoescala (CCM): Esses sistemas meteorológicos, comuns no Sul, podem gerar chuva forte, granizo e ventos intensos, deslocando-se do Paraguai e norte da Argentina para estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Fenômenos climáticos que merecem atenção

Resfriamento do Pacífico equatorial: Esse fenômeno aumenta a chance de formação de La Niña durante a primavera, o que influencia a distribuição de chuvas no país.

Ondas de Leste no Nordeste: O contraste térmico entre águas quentes do Atlântico e águas frias do Pacífico equatorial pode provocar chuvas volumosas especialmente em Pernambuco e Paraíba, impactando lavouras de milho, feijão e cana-de-açúcar.

Destaques regionais e impactos no campo

Sul:

Dias quentes se tornam mais frequentes; oeste do Paraná e estados do Sul podem registrar picos de calor intenso.

Chuva concentrada nos primeiros 7 a 10 dias do mês, com risco de tempestades e granizo.

Frentes frias no final do mês podem causar quedas de temperatura e necessidade de proteção para culturas sensíveis ao frio.

Sudeste:

Primeira semana quente e seca, com risco de ondas de calor, especialmente no oeste e norte de São Paulo e Minas Gerais.

Chuvas aumentam gradualmente no final do mês, podendo ajudar a recuperar pastagens, mas também elevam o risco de erosão em áreas recém-plantadas.

Levantamento de poeira (“cortinas” e redemoinhos) pode afetar o transporte de sementes e fertilizantes.

Centro-Oeste:

Calor intenso e temperaturas acima de 40°C exigem manejo cuidadoso de irrigação e proteção de animais.

Chuvas ocorrem de forma irregular, concentradas na primeira quinzena, podendo provocar temporais localizados.

Poeira e ventos secos podem prejudicar a germinação de algumas culturas.

Nordeste:

Interior dos estados registra calor extremo, com destaque para Maranhão, Piauí e oeste da Bahia.

Início das primeiras pancadas de chuva no sul do Maranhão, Piauí e centro-sul da Bahia no final do mês, podendo beneficiar culturas de subsistência e pastagens.

Norte:

Chuvas aumentam no sul do Amazonas, Acre, Rondônia e sul do Pará, beneficiando lavouras e pastagens, mas mantendo atenção à umidade do solo.

Calor extremo no Tocantins e leste do Pará, que pode impactar produtividade de grãos e exigir manejo de irrigação.

Resumo para produtores rurais:
Setembro de 2025 pede atenção especial ao manejo da água e proteção de animais e culturas frente ao calor intenso e às chuvas irregulares. Monitorar previsões locais, planejar irrigação, proteger o gado do estresse térmico e estar atento aos episódios de granizo são medidas essenciais para minimizar perdas e aproveitar melhor o início da primavera.