Novos Instrumentos de Financiamento Sustentável Podem Abrir Oportunidades para o Agro Brasileiro

O Ministério da Fazenda apresentou, em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as ações mais recentes ligadas ao financiamento climático no Brasil. A subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Cristina Reis, destacou que o país está ampliando o acesso a recursos financeiros destinados a projetos sustentáveis, o que inclui também iniciativas voltadas para o campo.

Segundo ela, o Plano de Transformação Ecológica, criado há dois anos, já conta com resultados concretos, como a aprovação da Taxonomia Sustentável Brasileira — um conjunto de critérios que define o que pode ser considerado investimento sustentável. A medida é importante porque orienta bancos, empresas e produtores na hora de buscar crédito, dando mais clareza sobre quais práticas agrícolas e industriais são apoiadas.

Ferramentas de financiamento já em uso

Entre os mecanismos disponíveis, a subsecretária destacou o EcoInvest, que já movimentou quase R$ 75 milhões em seus primeiros leilões. Os recursos foram destinados tanto a diferentes setores produtivos quanto à recuperação de áreas degradadas. O diferencial é que, a cada real investido pelo setor público, o programa tem conseguido atrair entre seis e sete reais do setor privado, aumentando o volume de recursos disponíveis.

Outro exemplo são os Títulos Soberanos Sustentáveis, emitidos pelo Tesouro Nacional. Já foram captados US$ 4 bilhões, destinados ao Fundo Clima, que oferece linhas de crédito com condições mais atrativas para setores que adotam práticas de baixo impacto ambiental.

Oportunidades para o produtor rural

Para quem está no campo, essas iniciativas podem representar novas possibilidades de financiamento, especialmente em projetos de:

• Recuperação de pastagens degradadas;

• Uso de energia renovável nas propriedades;

• Práticas agrícolas de baixa emissão de carbono, como o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta;

• Modernização de equipamentos e infraestrutura voltados para eficiência produtiva e redução de custos.

Cristina Reis também lembrou que programas como o Brasil Mais Produtivo, o novo PAC e o Plano Clima estão integrados a essa agenda, somando instrumentos financeiros, regulatórios e de crédito.

Investimentos em andamento

De acordo com estimativas apresentadas no encontro, já existem mais de 2 mil projetos em andamento, somando cerca de R$ 430 bilhões em investimentos voltados à transformação ecológica do país.

Para o agro, esse cenário indica que as políticas públicas estão buscando criar condições de financiamento mais acessíveis para quem adota práticas sustentáveis. Isso significa que produtores que investirem em tecnologias e sistemas de produção mais eficientes terão maiores chances de acessar crédito com custos menores e prazos melhores.