EUA Reduzem Previsão de Produção de Carne Bovina para 2025; Impacto pode Refletir no Mercado Global

O relatório WASDE (Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial), divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), trouxe em setembro uma revisão para baixo na previsão de produção de carne bovina norte-americana no restante de 2025.

O que motivou a queda

De acordo com o documento, a principal razão é a redução no abate de animais:

• Novilhos (steers): bois jovens criados para engorda rápida;

• Novilhas (heifers): fêmeas jovens destinadas ao corte;

• Vacas adultas: matrizes descartadas do rebanho.

Com menos animais enviados ao frigorífico, a oferta total de carne bovina deve ser menor do que se esperava anteriormente.

Projeções para 2026

Já para 2026, o USDA estima uma recuperação leve na produção. O crescimento viria principalmente de um aumento no abate de animais confinados, ou seja, bovinos terminados em sistemas de engorda intensiva com ração balanceada. Esse avanço, porém, deve ser parcialmente compensado por uma redução no abate de touros.

Importações em alta

Outro ponto do relatório é a revisão para cima nas importações de carne bovina dos EUA para os últimos dois trimestres de 2025. Para o ano de 2026, no entanto, não estão previstas mudanças relevantes nesse aspecto.

Impactos práticos para o campo

• Preços internos nos EUA: com menor oferta de carne, os valores pagos ao produtor e ao consumidor final podem subir.

• Mercado internacional: países que compram carne bovina americana podem enfrentar preços mais altos ou buscar fornecedores alternativos, abrindo espaço para exportadores de outras regiões, como Brasil e Argentina.

• Confinamentos e frigoríficos: podem ajustar seus planos de engorda e abate para tentar equilibrar custos e evitar perdas.

• Mercado futuro de gado: as cotações podem reagir à expectativa de menor produção, afetando contratos e investimentos de produtores.

O que acompanhar

A evolução dessa previsão depende de fatores que ainda podem mudar:

• Clima: estiagens ou excesso de chuvas podem afetar pastagens e a engorda dos animais.

• Custo da alimentação: preços do milho e da soja, principais ingredientes da ração, são decisivos para os confinamentos.

• Demanda global: se o consumo interno ou as exportações aumentarem, a pressão sobre a oferta pode ser ainda maior.

• Políticas sanitárias e econômicas: medidas de controle de doenças, preços da energia e subsídios agrícolas também influenciam o setor.

Conclusão

Para o produtor rural, especialmente no Brasil, o cenário abre espaço para novas oportunidades de exportação caso a carne americana fique mais cara ou menos disponível no mercado internacional. Ao mesmo tempo, é preciso acompanhar de perto os custos de produção, já que movimentações nos EUA influenciam os preços globais de insumos e da carne bovina.