China Amplia Compras de Soja do Brasil e Reduz Espaço dos Estados Unidos no Mercado

O mercado internacional de soja passa por mudanças que favorecem o Brasil. Em 2025, a China — maior importadora mundial do grão — tem dado preferência crescente à soja brasileira e de outros países da América do Sul, diminuindo as compras vindas dos Estados Unidos. Essa alteração fortalece o papel do Brasil como fornecedor estratégico e abre novas oportunidades para o setor agrícola nacional.

Compras concentradas na América do Sul

Para outubro, a China já assegurou aproximadamente 7,4 milhões de toneladas de soja, sendo 95% desse volume proveniente do Brasil ou de países vizinhos.
Para novembro, os contratos somam cerca de 1 milhão de toneladas, quantidade muito menor do que em anos anteriores. Em 2024, por exemplo, nesse mesmo período os chineses costumavam contratar entre 12 e 13 milhões de toneladas de soja norte-americana.

O espaço dos Estados Unidos no mercado chinês vem diminuindo de forma consistente. Em 2016, eles respondiam por 41% das compras chinesas. Em 2024, essa fatia caiu para apenas 20%. Já o Brasil segue ampliando seu protagonismo: entre janeiro e julho de 2025, exportou 42,26 milhões de toneladas para a China, contra 16,57 milhões de toneladas dos EUA.

Por que a China prefere o Brasil?

Alguns fatores explicam essa mudança:

• Questões comerciais: tarifas aplicadas pela China tornam a soja dos EUA mais cara.

• Conflitos diplomáticos: as relações entre os dois países seguem instáveis, o que gera incertezas nos contratos.

• Vantagens logísticas: o Brasil tem investido em transporte, armazenamento e acordos comerciais, o que garante preços mais competitivos e maior confiança para o comprador.

Impactos para o campo brasileiro

Para o agricultor brasileiro, esse movimento representa:

• Maior demanda externa: o que pode sustentar preços mais firmes no mercado interno.

• Estímulo à produção: áreas destinadas à soja tendem a se manter valorizadas, reforçando o papel do grão como principal cultura de exportação.

• Competição logística: o aumento de embarques exige atenção à infraestrutura de escoamento, já que estradas, ferrovias e portos precisam dar conta do fluxo maior.

• Influência no custo da ração: como a soja é base para o farelo usado na pecuária, mudanças no mercado externo podem afetar diretamente os custos de produção de aves, suínos e bovinos.

E para os Estados Unidos?

Enquanto o Brasil ganha espaço, os produtores americanos enfrentam queda na receita, preços menos atrativos e maior dificuldade em planejar suas safras. Muitos precisam buscar novos compradores ou reduzir custos para competir com os sul-americanos.