Brasil Busca Fortalecer Presença no Mercado Indiano e Abrir Novas Oportunidades para o Agro

Em uma missão oficial realizada na quinta-feira (16) em Nova Délhi, o governo brasileiro intensificou os esforços para ampliar os negócios com a Índia — país que tem se mostrado um parceiro estratégico para a agricultura e pecuária do Brasil. A comitiva foi liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e contou com a presença de cerca de 20 empresas de diferentes ramos, incluindo setores diretamente ligados ao agronegócio.

O encontro teve como objetivo principal identificar formas de ampliar as exportações brasileiras para o mercado indiano. Atualmente, o comércio entre os dois países gira em torno de 15 bilhões de dólares por ano. A meta traçada pelo governo é alcançar 20 bilhões em um prazo curto, o que significaria mais espaço para produtos do campo brasileiro no mercado asiático.

Entre os setores representados estavam produtores e exportadores de carne de frango, suco de laranja, couro, alimentos e bebidas, além de empresas de tecnologia agrícola e de outros segmentos industriais. Essa diversidade mostra que a estratégia não se limita apenas à venda de commodities — produtos básicos de exportação —, mas também busca agregar valor e inovação.

Uma das medidas práticas anunciadas foi a criação do visto eletrônico de negócios para a Índia, que vai permitir que empresários brasileiros tenham acesso facilitado ao país asiático. Além disso, foram assinados acordos que reduzem barreiras tributárias e tornam os investimentos bilaterais mais simples e atrativos.

Outro ponto importante foi a discussão sobre o Acordo de Preferências Tarifárias entre Mercosul e Índia, que atualmente contempla 450 categorias de produtos. O objetivo é ampliar esse número, permitindo que mais itens — inclusive agrícolas — tenham tarifas menores ou condições especiais para entrar no mercado indiano.

De acordo com o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Marcel Moreira, há um enorme potencial para o agronegócio brasileiro na Índia, principalmente em proteínas animais e produtos agroindustriais. No entanto, ele ressaltou que isso exige presença constante no país, relacionamento direto com parceiros locais e adaptação às exigências desse mercado.

Ângelo de Queiroz Maurício, adido agrícola em Nova Délhi, destacou que aproximar empresas brasileiras do ambiente de negócios indiano é essencial para que o país aproveite essas oportunidades. Essa aproximação pode significar mais exportações, mais renda no campo e novos investimentos no setor produtivo brasileiro.

A ampliação das relações comerciais com a Índia representa uma chance concreta de abrir novos mercados para a produção agropecuária nacional, fortalecer cadeias produtivas e gerar oportunidades para pequenos, médios e grandes produtores. O sucesso dessa estratégia dependerá da capacidade de adaptação das empresas e da continuidade da atuação do governo como facilitador.

👉 Em resumo: menos burocracia, mais acesso a novos compradores e mais oportunidades para quem produz no campo.