Safra de Verão Começa com Custos Altos e Crédito Limitado: Produtor Precisa Reforçar Gestão no Campo

Com a colheita da safrinha praticamente concluída em todo o país, os agricultores brasileiros iniciam o plantio da safra de verão em meio a um cenário de desafios. Segundo a Conab, o milho verão 2025/26 já ocupa cerca de 28% da área prevista, com destaque para o Rio Grande do Sul, que já plantou quase 40%, enquanto Paraná e Santa Catarina também avançam no calendário, favorecidos pelo clima.

Apesar do bom andamento no campo, as condições financeiras preocupam. Nos dois primeiros meses do Plano Safra 2025/26, os pedidos de crédito rural caíram cerca de 31% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram pouco mais de R$ 86 bilhões contratados, contra R$ 124 bilhões em 2024. Essa queda reflete diretamente na hora de custear insumos, maquinário e até mesmo a contratação de mão de obra.

Outro ponto de alerta é a redução no uso de seguros agrícolas. A área protegida caiu de 2,1 milhões para 1,3 milhão de hectares, e o valor total segurado teve recuo de mais de 40%. Para o produtor, isso significa maior exposição a riscos climáticos e de mercado, já que menos lavouras estão amparadas contra perdas.

Os custos de produção também seguem em alta. No Mato Grosso, por exemplo, o gasto operacional com o milho chega a mais de R$ 5,3 mil por hectare — valor que tem subido mês a mês. Esse aumento pressiona diretamente a rentabilidade e exige do agricultor maior controle sobre os investimentos.

Diante desse cenário, especialistas orientam que a melhor saída é reforçar a gestão. Preparar bem o solo, escolher sementes de qualidade, investir na adubação correta e, principalmente, planejar as finanças com antecedência são pontos decisivos para atravessar a safra com menos riscos. Produtores que conseguem alinhar a parte técnica e a financeira entram no ciclo mais preparados para lidar tanto com o clima quanto com as variações do mercado.