Selo de Origem Valoriza Trabalho das Mulheres Rurais e Fortalece Agricultura Familiar no Brasil

No Dia Internacional das Mulheres Rurais, comemorado em 15 de outubro, um novo instrumento de valorização do trabalho feminino no campo ganha destaque: o selo de origem voltado exclusivamente para produtos cultivados, processados ou geridos por mulheres. A proposta busca reconhecer oficialmente a participação feminina em diferentes etapas da produção agrícola e pecuária, fortalecendo a identidade dos produtos e abrindo novas portas de mercado.

Reconhecimento e oportunidades no campo

O selo funciona como um certificado de procedência, ou seja, garante ao consumidor que aquele alimento ou produto agroindustrial foi feito sob liderança feminina — seja no plantio, na colheita, no beneficiamento ou na administração da propriedade.

Na prática, isso permite que produtoras rurais tenham mais visibilidade e valorização no mercado, destacando seus produtos por aspectos que vão além da qualidade: incluem também responsabilidade social, sustentabilidade e respeito à cultura local.

Além disso, o selo ajuda a fortalecer a agricultura familiar, já que muitas mulheres atuam em pequenas propriedades. Com a certificação, há mais chances de acesso a créditos rurais especiais, programas de incentivo, assistência técnica e participação em feiras e mercados diferenciados, como os de produtos orgânicos e artesanais.

Impactos diretos para as produtoras

Ter o trabalho reconhecido formalmente também pode facilitar a autonomia econômica das mulheres. Com o selo, produtoras podem ter prioridade em programas públicos de compra, linhas de financiamento específicas e até benefícios relacionados à regularização da terra, como a cotitulação de propriedades ou a aposentadoria rural.

O selo também reforça as características do território — como tipo de solo, clima e modo de produção —, ajudando a valorizar produtos regionais e ampliar seu alcance em mercados internos e até internacionais.

Desafios para colocar em prática

Para funcionar, será preciso organizar processos de certificação bem estruturados, com regras claras sobre quem poderá receber o selo e como será feita a verificação da participação feminina na produção.
Outro ponto importante é o custo de adequação, já que muitas vezes a certificação exige investimento em gestão, documentação e melhorias técnicas, o que pode pesar no orçamento de pequenas produtoras.

Além disso, será necessário investir em campanhas de conscientização para que consumidores entendam o significado do selo e valorizem esses produtos.

Por fim, políticas públicas de apoio — como acesso facilitado a crédito, assistência técnica e capacitação — serão fundamentais para garantir que o selo seja acessível e justo, especialmente para mulheres de regiões mais carentes.

Caminhos para o futuro

Especialistas apontam que essa iniciativa pode marcar uma mudança importante no agronegócio brasileiro. Em regiões onde há cooperativas e associações bem organizadas, projetos-piloto poderão servir de exemplo para o restante do país.

A parceria entre governo, entidades de certificação e organizações da sociedade civil será essencial para definir critérios, garantir transparência e assegurar que mulheres de diferentes realidades tenham oportunidade de participar.

Em resumo: o selo de origem para mulheres rurais representa mais que um símbolo. Ele pode transformar reconhecimento em renda, inclusão e desenvolvimento sustentável, fortalecendo famílias agricultoras e valorizando o papel fundamental das mulheres no campo brasileiro.