Previsões da economia para 2025: o que produtores rurais precisam saber sobre PIB, inflação, juros e dólar

Brasília, setembro de 2025 – O Banco Central divulgou novas projeções sobre a economia brasileira e, embora os números pareçam distantes do dia a dia na roça, eles influenciam diretamente o crédito rural, os preços dos insumos, o consumo de alimentos e até o valor recebido pelos produtos agrícolas e pecuários.

Crescimento da economia (PIB)

O mercado financeiro estima que a economia do país deve crescer 2,16% em 2025. O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todas as riquezas produzidas no Brasil. Quando ele cresce, significa que a atividade econômica está mais aquecida — o que pode abrir mais espaço para investimentos e gerar maior demanda por alimentos e matérias-primas.

Para os anos seguintes, o ritmo esperado é um pouco menor: 1,85% em 2026 e 1,88% em 2027.

Inflação (IPCA)

A inflação, que mede o aumento geral dos preços, deve ficar em 4,85% em 2025, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para o agricultor, esse número é importante porque mostra o quanto o custo de vida e de produção pode subir.

• Se a inflação está mais alta, geralmente os insumos como ração, fertilizantes e defensivos ficam mais caros.

• Por outro lado, também pode haver valorização de alguns produtos agrícolas, dependendo da demanda.

Para 2026 e 2027, a expectativa é de inflação menor, 4,3% e 3,94%, respectivamente.

Juros (Selic)

A taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia, está em 15% ao ano. Ela serve de referência para bancos e cooperativas definirem os juros cobrados em financiamentos. Quanto mais alta, mais caro fica o crédito — inclusive o rural. Isso significa que pode ser mais difícil investir em máquinas, animais ou ampliar a área de plantio.

O Banco Central mantém os juros nesse patamar para tentar controlar a inflação. A projeção é que a Selic caia para 12,5% em 2026 e 10,5% em 2027, o que facilitaria o acesso a financiamentos no futuro.

Câmbio (dólar)

O dólar deve encerrar 2025 em torno de R$ 5,55. Essa informação é essencial para o setor agropecuário porque muitos insumos, como fertilizantes e defensivos, são importados e pagos em dólar. Quando a moeda norte-americana sobe, o custo de produção aumenta.

Por outro lado, o dólar mais valorizado pode aumentar a competitividade do produto brasileiro no mercado externo, beneficiando agricultores e pecuaristas que exportam.

O que tudo isso significa para o campo?

• Crédito mais caro em 2025: produtores precisarão planejar bem os financiamentos, pois os juros seguem altos.

• Custo de produção elevado: inflação próxima de 5% e dólar acima de R$ 5,50 podem manter os insumos pressionados.

• Oportunidade para exportadores: quem vende soja, milho, carne e outros produtos para fora do país pode se beneficiar com o câmbio.

• Necessidade de gestão: controlar gastos e avaliar alternativas como cooperativismo, compras coletivas e planejamento de safra será essencial para enfrentar o cenário.