Novo Programa do MDA Aposta em florestas Produtivas para Gerar Renda e Recuperar Áreas Degradadas

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) apresentou à Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) o Programa Nacional de Florestas Produtivas, iniciativa que une produção rural, preservação ambiental e geração de renda para agricultores familiares e comunidades tradicionais.

A proposta é considerada estratégica para a agenda climática brasileira, especialmente diante da COP30, conferência mundial sobre clima que será realizada em Belém, no Pará.

O que o programa propõe

A ideia central é promover sistemas agroflorestais, ou seja, formas de produção que combinam cultivo agrícola, pecuária e árvores nativas ou de interesse econômico. Esse modelo permite recuperar áreas degradadas ao mesmo tempo em que oferece renda ao produtor.

Entre as culturas incentivadas estão cacau, açaí, cupuaçu e maracujá, produtos com forte potencial de mercado e que podem ser integrados em áreas de restauração.

Recursos e investimentos

Para colocar o programa em prática, foram destinados R$ 200 milhões:

• R$ 150 milhões do BNDES, via Fundo Amazônia;

• R$ 50 milhões da Caixa Econômica Federal, por meio do Fundo Socioambiental.

Os recursos serão aplicados principalmente no chamado Arco do Desmatamento, região que vai do Maranhão ao Acre, onde há maior necessidade de recuperação de áreas e de alternativas econômicas sustentáveis para o campo.

Além disso, o MDA assinou um protocolo de intenções com a Petrobras, com o objetivo de articular projetos voltados à agricultura familiar, restauração ambiental e à transição energética justa.

Agenda de encontros no Pará

Entre os dias 24 e 26 de setembro, a secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiaveli, cumprirá agenda no Pará para detalhar o programa:

• 24/09: reunião técnica em Belém com representantes da FAO, Embrapa, Anater, ICMBio, UFMA, BNDES, Incra e parceiros privados.

• 25/09: visita à Reserva Extrativista Marinha Tracuateua, para mostrar experiências práticas de produção sustentável.

• 26/09: ida ao Projeto de Assentamento Paulo Fontelles e ao Parque Tecnológico da UFPA.

O que muda para o agricultor familiar

• Mais oportunidades de renda: sistemas agroflorestais permitem diversificação da produção com culturas de alto valor agregado.

• Recuperação de áreas improdutivas: terras degradadas podem voltar a gerar lucro sem precisar abrir novas áreas.

• Acesso a recursos e parcerias: o programa abre portas para linhas de crédito e apoio técnico.

• Mercado garantido: produtos como cacau e açaí têm demanda crescente no Brasil e no exterior.

Conclusão

Combinando produção agrícola e preservação ambiental, o Programa Nacional de Florestas Produtivas busca mostrar que é possível aliar rentabilidade no campo e recuperação ambiental, fortalecendo a agricultura familiar e oferecendo alternativas sustentáveis para regiões que mais sofrem com o desmatamento.