Mercado de Ovos registra variação de preços entre estados; produtor deve avaliar custos e oportunidades de venda

O mercado de ovos no Brasil apresentou ajustes nos preços ao final de agosto e início de setembro, com movimentos distintos entre regiões produtoras e centrais de abastecimento. Essas mudanças impactam diretamente a renda dos avicultores e exigem atenção no planejamento de vendas e controle de custos.

🔹 Bastos (SP): referência nacional de preços

Em Bastos (SP), principal polo de produção de ovos do país, o preço pago pelo produto na granja (FOB, ou seja, retirado direto no local de produção, sem transporte incluso) fechou em:

Ovos brancos: R$ 149,25 por caixa de 30 dúzias (+0,07% na semana)

Ovos vermelhos: R$ 164,29 por caixa de 30 dúzias (+0,07%)

Esses valores servem de referência para o mercado nacional, já que Bastos concentra grandes produtores e influencia negociações em outras regiões.

🔹 Centrais de Abastecimento (Ceasas)

Nas principais Ceasas (Centrais de Abastecimento, locais onde produtores e atacadistas comercializam alimentos), os preços mostraram estabilidade, com pequenas quedas em São Paulo:

Campinas/SP: ovos brancos grandes a R$ 170,00 e ovos vermelhos extra a R$ 195,00 (sem variação).

Belo Horizonte/MG: ovos brancos grandes a R$ 157,00 e vermelhos extra a R$ 200,00 (sem variação).

Ceagesp/SP (capital): ovos brancos grandes a R$ 165,86 (-0,11%) e vermelhos extra a R$ 195,46 (-4,05%).

Essa diferença entre regiões mostra que o mercado consumidor nas capitais pode pressionar ou aliviar a renda do produtor, dependendo da demanda.

🔹 Preços médios ao produtor (Conab)

De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que acompanha os preços médios pagos ao produtor rural, houve variações significativas entre estados:

Amazonas: R$ 223,00 (+6,19%) → destaque de valorização, puxado pelo custo do transporte e menor oferta local.

Rondônia: R$ 215,00 (estável) → preços elevados pela distância dos grandes centros consumidores.

Distrito Federal: R$ 158,40 (-0,17%) → praticamente estável.

Goiás: R$ 158,00 (-5,95%) → queda expressiva, indicando maior oferta que consumo.

Paraná: R$ 156,50 (-2,54%).

São Paulo: R$ 148,50 (-3,88%) → principal polo de consumo, mas com recuo nos preços.

Mato Grosso do Sul: sem cotação nesta semana.

🔹 Impactos para o produtor

Essas variações de preços trazem reflexos práticos:

Custos de produção: milho e soja, principais insumos da ração, ainda representam o maior gasto da atividade. Quando o preço do ovo cai, a margem do produtor fica apertada.

Estratégia de venda: quem atua perto de grandes centros (como São Paulo e Belo Horizonte) precisa acompanhar a demanda no atacado para não perder competitividade.

Mercados regionais: estados do Norte (Amazonas e Rondônia) seguem com preços mais altos, reflexo do custo logístico e da menor concorrência.

Planejamento: em regiões de queda (como Goiás e São Paulo), produtores podem buscar alternativas como venda direta, diversificação de canais (feiras, cooperativas, mercados locais) ou até ajustes no alojamento de poedeiras para equilibrar oferta e demanda.

🔹 Perspectiva para setembro

O cenário indica que o mercado pode permanecer instável ao longo de setembro, especialmente pela influência do clima na produção de grãos e pelo consumo interno, que costuma variar em função da renda das famílias. Para o produtor, acompanhar relatórios de mercado e se organizar em cooperativas pode ser uma boa saída para negociar melhores preços e reduzir perdas.