Exportações de Frango Voltam a Ganhar Força, mas Preços Seguem Abaixo de 2024

As exportações brasileiras de carne de frango in natura retomaram fôlego em setembro de 2025. Apesar de algumas oscilações semanais, o setor conseguiu manter o ritmo de embarques acima de 20 mil toneladas por dia, um volume que não era registrado com frequência desde maio.

Ritmo de exportações

Na segunda semana do mês, houve recuo de aproximadamente 13,7% em relação à primeira semana. Mesmo assim, o desempenho continua positivo quando comparado a outros períodos:

• Nos primeiros dez dias úteis de setembro, a média diária exportada foi 31,6% maior que a de agosto de 2025.

• Em relação a setembro de 2024, houve avanço de 9%.

Esse resultado indica que a avicultura brasileira, após meses difíceis, começa a recuperar espaço no comércio internacional.

Receita e preços

Embora o volume embarcado tenha aumentado, o preço médio pago pelo produto ainda preocupa. Em setembro, a tonelada de frango in natura foi negociada a US$ 1.770,97, valor um pouco acima de agosto, mas quase 8% menor que o registrado no mesmo mês de 2024.

Esse patamar é um dos mais baixos dos últimos 18 meses e limita o crescimento da receita do setor, mesmo com exportações em alta.

Contexto da crise

O mercado de frango ainda sente os efeitos da confirmação de um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em maio, que derrubou as exportações logo depois. A retomada atual, com médias diárias acima das 20 mil toneladas, abre espaço para que o setor consiga reduzir as perdas da primeira metade do ano.

Impactos práticos para o campo

• Para o produtor: a recuperação no volume exportado pode ajudar a dar mais estabilidade à demanda por frango, o que tende a favorecer contratos com frigoríficos e integradoras.

• Para a cadeia de grãos: milho e soja, principais insumos da ração, podem manter procura firme, já que o setor avícola precisa sustentar o ritmo de produção para atender às exportações.

• Para o mercado interno: com os preços internacionais mais baixos, parte da produção pode ser direcionada ao consumo doméstico, o que pode segurar aumentos no preço da carne de frango no mercado brasileiro.

• Para o futuro: a tendência é de que, se o ritmo for mantido, o setor encerre 2025 com resultados melhores do que o esperado após a crise sanitária.