Exportações de Carne de Frango em Setembro Alcançam 3º Melhor Desempenho do Último Ano

As vendas externas de carne de frango in natura seguem em bom ritmo em setembro de 2025. Até o dia 15, com três semanas úteis já concluídas, a média diária embarcada ultrapassou 22,2 mil toneladas, volume que representa crescimento de 24,8% em relação a agosto e de 3,3% frente ao mesmo período do ano passado.

Esse resultado coloca setembro no terceiro melhor patamar de exportações dos últimos 12 meses, atrás apenas dos meses de novembro de 2024 e março de 2025. A performance também indica recuperação consistente após os impactos da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), registrada no primeiro semestre de 2025.

Volumes exportados

Se o ritmo das últimas semanas for mantido até o fim do mês, o Brasil deverá embarcar cerca de 470 mil toneladas de carne de frango, superando:

• em 25% o resultado de agosto (374 mil toneladas);

• e em 4% o de setembro de 2024 (451,4 mil toneladas).

Questão dos preços

Apesar do bom volume, os preços médios ainda não acompanharam a mesma força. Nas três primeiras semanas de setembro, o valor médio ficou em torno de US$ 1.765 por tonelada, o que representa queda de 8% em relação a setembro de 2024.

Vale lembrar que, há um ano, o preço elevado foi influenciado por um embargo internacional decorrente de um caso isolado da Doença de Newcastle no Rio Grande do Sul, o que reduziu a oferta brasileira e valorizou o produto. Em 2025, porém, o mercado global está mais abastecido, o que limita a recuperação dos preços mesmo com o aumento dos embarques.

Impactos para o setor produtivo

• Avicultores: o bom ritmo das exportações ajuda a escoar a produção e sustenta a demanda, mas os preços mais baixos reduzem a margem de lucro.

• Indústria de ração e grãos: maior volume de embarques significa maior consumo interno de milho e soja para alimentação das aves, o que pode movimentar positivamente esses mercados.

• Pecuária de corte e suinocultura: o crescimento das exportações de frango reforça a competitividade brasileira no mercado internacional de proteínas, o que pode influenciar preços e negociações com outros segmentos.

• Planejamento de mercado: produtores devem considerar que, mesmo com embarques fortes, a recuperação de preços depende da oferta mundial e da manutenção da confiança dos países compradores.

Conclusão

O desempenho de setembro mostra que o setor de frango brasileiro segue fortalecido no comércio internacional, mas ainda enfrenta o desafio de recuperar preços mais competitivos. Para o produtor, acompanhar de perto as cotações, a demanda externa e os custos de produção será essencial para garantir rentabilidade neste cenário de crescimento com margens apertadas.