Esterco Bovino Vira Fonte de Renda e Fertilidade no Campo: Como Transformar Resíduo em Lucro e Produtividade

O que antes era visto apenas como sujeira ou problema dentro dos currais começa a ganhar novo valor nas fazendas brasileiras. O esterco bovino, resultado natural da criação de gado, tem se mostrado um importante aliado para reduzir custos, melhorar o solo e até gerar receita extra para o produtor.

De acordo com o zootecnista Maurício Scoton, quando o esterco é bem manejado, ele deixa de ser um resíduo incômodo e passa a ser um insumo valioso, contribuindo para a sustentabilidade e a rentabilidade da pecuária.

⚠️ Cuidados no manejo: saúde animal em primeiro lugar

Manter o curral limpo é mais do que uma questão de aparência — é essencial para o bem-estar do rebanho.
O acúmulo de esterco provoca lama, que pode causar problemas nos cascos e estresse nos animais, e poeira, que aumenta o risco de doenças respiratórias, como pneumonia.
Por isso, a raspagem e a limpeza frequente dos currais são práticas indispensáveis, principalmente durante o período chuvoso.

💰 Do dejeto ao lucro: diferentes formas de aproveitamento

O esterco pode ser usado de várias maneiras dentro ou fora da fazenda, com resultados econômicos diferentes:

• Uso direto (in natura): o esterco é aplicado diretamente no pasto ou na lavoura como adubo. Embora simples e de baixo custo, essa forma perde até 70% dos nutrientes, reduzindo o aproveitamento.

• Venda do esterco cru: após a limpeza dos currais, o material pode ser vendido sem processamento. Em média, gera cerca de R$ 30 por animal, já descontadas as despesas.

• Compostagem (maior valor agregado): ao misturar o esterco com outros materiais orgânicos, como bagaço de cana ou palhada, e promover um processo controlado de fermentação, o produtor obtém composto orgânico. Esse produto chega a valer até R$ 400 por tonelada, elevando o retorno para mais de R$ 100 por cabeça.

🌱 Benefícios para o solo e o meio ambiente

Além de gerar renda, o uso do esterco como adubo orgânico traz ganhos diretos para a qualidade do solo:

• melhora a estrutura e a retenção de água,

• aumenta a presença de nutrientes como nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K),

• e fortalece a ciclagem natural de nutrientes dentro da propriedade.

Essa prática também reduz a dependência de fertilizantes químicos e se encaixa na chamada economia circular, em que os resíduos da produção voltam para o sistema produtivo, diminuindo impactos ambientais e custos a médio prazo.

👉 Na prática: o manejo correto do esterco é uma estratégia inteligente que une produtividade, economia e cuidado com o ambiente. Com organização e conhecimento técnico, o que antes era apenas sujeira pode se transformar em lucro sustentável dentro da fazenda.