Descarte de Novilhas com Baixo Desempenho na 1ª Cria pode Aumentar Eficiência e Lucratividade do Rebanho

Uma decisão difícil, mas estratégica, pode trazer ganhos importantes para a pecuária de corte: o descarte de novilhas que apresentam baixo desempenho reprodutivo ou materno logo na primeira cria. De acordo com o zootecnista Ricardo Abreu, insistir em manter fêmeas improdutivas pode elevar os custos e reduzir a rentabilidade do rebanho, enquanto a seleção criteriosa ajuda a aumentar a eficiência do sistema.

O que significa baixa habilidade materna

A chamada habilidade materna está ligada à capacidade da vaca de gerar e criar bezerros com bom desenvolvimento até a desmama. Essa característica tem forte influência genética, o que significa que novilhas que falharam nesse aspecto dificilmente terão melhora significativa nas próximas crias.

Por que descartar pode ser mais vantajoso

Segundo Abreu, manter no rebanho animais com desempenho fraco representa um custo extra em ração, manejo e espaço, sem o retorno esperado. Alguns pontos-chave:

• Custo de manutenção: fêmeas que não emprenham bem ou desmamam bezerros leves comprometem a eficiência econômica.

• Produtividade do rebanho: animais pouco produtivos reduzem a média do grupo e dificultam o avanço genético.

• Critério reprodutivo: o ideal é manter apenas as novilhas que desmamam bezerros de qualidade e voltam a emprenhar na mesma estação de monta. As que não atingem esse padrão devem ser consideradas para descarte.

Ferramentas para apoiar a decisão

Existem recursos que ajudam o pecuarista a escolher com mais segurança quais animais manter ou descartar:

• DEPs (Diferença Esperada na Progênie): indicadores que mostram o potencial de transmissão de características, como habilidade materna.

• Programas de melhoramento genético: iniciativas como o PMGZ da ABCZ oferecem dados confiáveis para apoiar decisões de seleção no rebanho.

Descarte como investimento

Para Abreu, descartar não deve ser visto como prejuízo, mas como reinvestimento. Os animais retirados do rebanho podem ser vendidos, gerando receita que pode ser direcionada para aquisição de matrizes superiores ou genética de touros com melhor desempenho. Essa estratégia contribui para elevar a produtividade média e fortalecer a sustentabilidade do negócio pecuário.

Na prática:

• O produtor reduz custos mantendo apenas animais produtivos.

• Garante avanços genéticos no rebanho.

• Reforça a competitividade e a rentabilidade a longo prazo.