Café Brasileiro Perde Espaço nos EUA em Agosto, mas Ganha Mercado em Países Vizinhos e na Europa

As exportações de café do Brasil enfrentaram mudanças importantes em agosto de 2025. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as vendas para os Estados Unidos recuaram quase pela metade, enquanto outros mercados ampliaram significativamente as compras do grão brasileiro.

Queda para os EUA

O mercado norte-americano, historicamente um dos principais destinos do café do Brasil, reduziu suas compras em 46% no mês de agosto. A retração ocorre em meio às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o produto, o que encarece a entrada do café brasileiro naquele país. Lideranças do setor descartaram a possibilidade de enviar o grão para os EUA de forma indireta, por meio de outros países, já que essa estratégia não resolveria a questão dos custos.

Crescimento em outros destinos

Apesar da queda para os Estados Unidos, outros mercados compensaram parte dessa redução.

• Alemanha passou a ocupar a posição de maior comprador em agosto, importando 414 mil sacas de 60 quilos.

• México ampliou em quase 90% suas compras, chegando a 251 mil sacas.

• Colômbia surpreendeu com alta de 578%, adquirindo cerca de 113 mil sacas.

O que isso significa para o produtor

Para quem vive do café no campo, o cenário traz pontos positivos e desafios:

• Diversificação de mercados: mesmo com a queda nas vendas para os EUA, outros países estão aumentando sua demanda, o que ajuda a reduzir a dependência de um único comprador.

• Impacto nos preços: a dificuldade de acesso ao mercado norte-americano pode pressionar os valores pagos ao produtor no curto prazo, mas a abertura de novos destinos pode equilibrar essa conta.

• Planejamento de produção: acompanhar para onde o café brasileiro está sendo vendido é importante, já que cada mercado pode ter preferências diferentes de qualidade, tipo de grão e certificações exigidas.

Perspectiva

O Brasil segue como maior exportador mundial de café, mas os produtores precisam estar atentos às mudanças no comércio internacional. A perda de espaço nos Estados Unidos reforça a importância de fortalecer relações comerciais com a Europa, a América Latina e outros países consumidores, garantindo mais segurança para a renda no campo.