Brasil é Visto como Peça-chave para Fortalecer o Agro nas Américas, diz Ex-ministro Uruguaio

Durante o encontro dos ministros da Agricultura das Américas, realizado em Brasília, o ex-ministro da Agricultura do Uruguai, Fernando Matos, destacou o papel de liderança do Brasil no desenvolvimento do agronegócio em todo o continente. Matos, que é candidato à direção-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), defendeu uma atuação mais integrada entre os países da região, com foco em tecnologia, sustentabilidade e fortalecimento das cadeias produtivas rurais.

O IICA reúne 34 países das Américas e tem como principal missão apoiar o desenvolvimento da agricultura e da pecuária no continente. Segundo Matos, a nova gestão será uma oportunidade para ampliar a cooperação técnica e promover trocas de conhecimento entre as nações, ajudando produtores a lidar com desafios como o aquecimento global, sanidade animal e vegetal e logística de transporte e exportação.

O ex-ministro ressaltou que o Brasil tem um papel especial nessa integração, principalmente por causa da experiência em agricultura tropical, da capacidade de pesquisa e da inovação tecnológica desenvolvida em instituições como a Embrapa. Ele destacou que esse conhecimento pode servir de modelo para outros países que buscam aumentar a produtividade e reduzir desigualdades regionais sem ampliar o uso de recursos naturais.

De acordo com Matos, o mundo precisará produzir até 60% mais alimentos, fibras e biocombustíveis nas próximas décadas, mas com menor impacto ambiental. Para isso, será essencial investir em tecnologia no campo, em práticas sustentáveis e em cooperação entre nações produtoras.
“O futuro da segurança alimentar depende do quanto formos capazes de fortalecer nossas cadeias produtivas e garantir o abastecimento global de alimentos”, afirmou.

A eleição para o novo diretor-geral do IICA acontece nos próximos dias. Dos 34 países membros, 32 terão direito a voto, já que Venezuela e Nicarágua estão temporariamente suspensas. O resultado definirá quem será responsável por guiar as políticas agrícolas das Américas, influenciando diretamente pesquisas, projetos de financiamento e parcerias internacionais que podem gerar benefícios concretos para o produtor rural.